facebook is watching you?

Quase todos já o sabiam ou desconfiavam, mas quando a coisa é exposta desta maneira, custa mais a digerir. E atrevo-me a dizer que não será só o facebook a faze-lo: serviços de email, sites de compras, alojadores de dados, plataformas de blogs, etc., todos mantém informação que consideramos apagada. Estará de facto apagada do nosso acesso, mas não eliminada.

Banco Alimentar - Alimente esta ideia


O novo canal online de doação de alimentos inaugurado pelo Banco Alimentar em Maio, cuja recolha de donativos coincide com o período de duração da Campanha Ajuda Vale vai ser reactivado entre 24 de Novembro e 4 de Dezembro. Agora também pode doar alimentos on line. Com facilidade e comodidade.

Inquietação

Há um pressentimento muito generalizado que algo vai acontecer nas próximas semanas na Europa. Algo relacionado com a economia, com o euro, ou com a organização europeia, que pode alterar “o estado das coisas”. É um prenúncio fundamentado em sinais ténues, quase sibilinos, mas que vêm crescendo de forma consistente e que concretizam a ideia de que a austeridade não resolverá de per si o problema das dívidas públicas, e que estas são um problema abrangente.

É um avanço muito significativo relativamente ao ponto de partida, que vem dar razão àqueles que, desde início, defenderam a necessidade de uma “solução europeia integrada”. Neste particular importa reconhecer que a “esquerda” viu primeiro e viu mais além. Resta saber se a mudança que se avizinha vai no sentido da responsabilização colectiva, abandonando a tese do “castigo dos incumpridores”, ou se pelo contrário, irá impor uma espécie de “período de quarentena” aos países em dificuldade, restringindo direitos e soberania e impondo-lhes um controle tecnocrático.

Greve Geral

A greve é uma válvula de escape importante para o descontentamento social gerado pela pressão da austeridade. É a altura das pessoas poderem exorcizar os demónios da alma, de se solidarizarem e estabelecerem cumplicidades. No fundo, sentirem que participam e que expressam, de forma legítima, a sua indignação no período actual de grande dificuldade.

Para o movimento sindical é o momento de exercer influências, auscultar desagrados e tendências, institucionalizar os “grupos desalinhados”, e afirmar o estatuto de parceiro negocial. Quer se concorde ou não com os motivos ou com a eficácia, a greve geral não deve ser tratada com ligeireza ou com menosprezo, sob pena da desestruturação dos protestos e do severo enfraquecimento dos interlocutores e representantes do sector do trabalho.

Singularidade

Este foi o termo utilizado à alguns dias atrás por Viriato Soromenho-Marques para caracterizar o que seria o colapso do euro – uma singularidade. O termo foi utilizado num contexto específico: o da astrofísica. Significa um ponto no espaço-tempo em que a densidade (associada à pressão e temperatura) se torna infinita e onde as leis da física que regem/explicam o comportamento do universo são ultrapassadas. Configura portanto um ponto/momento de desconhecimento acerca do comportamento das coisas; uma passagem para o “outro lado” do universo. A analogia com a crise do euro acentua principalmente a questão da incerteza e imprevisibilidade acerca do “dia seguinte”: o comportamento da economia global perante o desaparecimento de uma moeda regional.

Embora do domínio do simbólico, não deixa de ser interessante o recurso a um conceito da linguagem do universo para perspectivar o fim do euro. Também não ajuda o facto dos cientistas admitirem que a cada singularidade corresponde um buraco negro, ou vice-versa.

Migrant Mother

Para muitos esta imagem de Florence Owens Thompson, 32 anos, mãe de sete filhos, que fez a primeira página de todos os grandes jornais dos EUA em 1936, é a representação perfeita da Grande Depressão (1929-1933). Faz parte de um conjunto de seis fotografias tiradas por Dorothea Lange junto à tenda onde Florence vivia com a família, em Nipomo na Califórnia, utilizando uma câmara Graflex e um filme de 4x5".
 

Actualmente, com as técnicas de tratamento digital de imagem, tem-se experimentado com relativo sucesso a coloração de fotografias. No caso de Migrant Mother este exercício reveste-se de um simbolismo particular que é o de “actualizar” a imagem ao tempo presente. É um flashforward da crise que se avizinha.

The Walkmen - On The Water

Causas da Depressão 1929-1933

What are the main factors that cause the Great Depression?
The Great Depression was a worldwide tragedy in which many countries was affected. Many historians have came up with many reasons that might have caused the depression. However there were 3 main big factors that many historians have cited as important. The Great Depression was caused by the stock market crashing, bank failure, and reduction in spending money.

The first significant event that caused the Great Depression was the stock market crash on the "Black Tuesday", October 29, 1929. This event caused a dramastic fell in chair prices and only 2 month later after the event, stockholders had lost more than 40 billions dollars. In 1930 altough the stock market began to rise, in 1932 the stock market fell 89 percent from its price in 1929. Many historians believe that this event lead to the Great Depression because this event destroyed alot of the people's confidence in investing. As a result many people withdrew money from their accounts causing many banks to become bankrupt. As banks failed and became corrupt, many banks tried to raise money by calling their loans back from people who didn't have enough time and funds to repay the money.

(...) Another main factor that caused the Great Depression was the reduction in spending money of people in all class. Because of the stock market crash and the bank failure many people chose not to invest and and many consumers spent less money on consumer goods. This caused a reduction in the number of items produced. Causing more unemployment around the world and less availability of consumer goods. As the unemployment increased people spent even less money so more and more people were left jobless.

Fonte: http://isemodernworldhistorygrade9.wikispaces.com

The female orgasm on video

O orgasmo feminino, pode ser visto aqui. No video pode observar-se o progresso da actividade cerebral através do "acender" de diferentes regiões à medida que os estímulos se vão processando. De acordo com o VisualMD.com, o orgasmo leva a que todo o cérebro se ilumine de amarelo, indicando que a maioria dos sistemas cerebrais se tornam activos. No auge da actividade o hipotálamo libera oxitocina, fazendo com que o útero da mulher se contraia, desencadeando as sensações de prazer.

Foto: Barry Komisaruk












Esta investigação foi realizada com recurso a um scanner cerebral, em mulheres que se auto-estimularam. Resta saber se noutras situações o "mapa das luzinhas" será o mesmo? O scanner e os fios é que não devem ajudar..., mas o que importa é "iluminar" essas cabeças.

Dead Combo

No passada semana pude assistir no Cinema S. Jorge à actuação, entre outros, dos Dead Combo. Não os conhecia (mea culpa) e, sinceramente, a expectativa não era grande. Para meu espanto, logo após os primeiros acordes do tema "Sopa de Cavalo Cansado" fiquei "preso" àquele dedilhar da guitarra, à batida e ao ritmo. Os temas seguintes confirmaram a força da música destes senhores.



Deixo aqui o tema " Esse Olhar que Era Só Teu" criado a partir de uma malha de um fado da Amália, presente no CD Lisboa Mulata recentemente editado.
 

O regresso dos tecnocratas

Os mercados e o directório franco-germânico ditam a queda dos dirigentes políticos legitimados pelo voto dos povos, e persuadem a sua substituição por homens providenciais, escolhidos entre antigos técnicos de instituições europeias. Esta substituição é feita administrativamente, por consenso, sem escrutínio popular. Não são homens eleitos, são tecnocratas nomeados pelas nomenclaturas e pela intelligentia das elites.


Papademos e Monti não foram sufragados pelo voto; foram escolhidos por confiança para implementar os planos de austeridade definidos pelo directório. São homens de mão; instrumentos para aplicação de políticas económicas que provavelmente não teriam aceitação popular. Esta estratégia poupa os partidos à humilhação das derrotas eleitorais, que por isso a aceitam e se demitem da sua função: definir estratégias económicas e sociais aceites democraticamente e eleger protagonistas para a sua implementação. E isto já não tem a ver só com a crise do euro: é a decadência de um modelo de organização política que tem vindo a ser enxertado pelas necessidades conjunturais.


Em Portugal este tipo de arranjo consensual baseado num homem íntegro, tecnicamente competente e austero, custou-nos 48 anos de ditadura e mais alguns de aprendizagem democrática. Merece-nos portanto a maior das apreensões.

Garrett McNamara - largest wave ever surfed (Nazaré)

No decorrer do projecto ZON North Canyon Show 2011, depois de uma sequência de ondas com cerca de 20 metros e quando McNamara se preparava para mais uma vaga, o chamado canhão da Nazaré "disparou" uma onda com cerca de 30 metros, a maior alguma vez surfada em Portugal.

Inside Out Project - could art change the Word?

Este projecto da autoria do francês JR foi o vencedor 2011 do prémio TED, Ideas Worth Spreading. Trata-se de projecto de arte participativa, onde as pessoas são desafiadas a colar retratos de grande formato nas paredes de edifícios, telhados, muros, etc.

Qualquer pessoa pode participar, individualmente ou em grupo, e de forma gratuita. Para isso bastar tirar uma fotografia, fazer o respectivo upload no site insideoutproject.net e aguardar pelo reenvio do poster impresso a preto e branco. Depois é só cola-lo. Em Portugal existem actualmente cerca de 460 participantes, distribuídos por 11 grupos associados a temas distintos.

Força à CASA

Uma boa causa merece uma boa ajuda, ainda para mais com músicos portugueses reunidos num espectáculo inédito e talvez único.

Os Pinto Ferreira, The Legendary Tiger Man, Dead Combo, Pedro Abrunhosa, Jorge Palma juntam-se à C.A.S.A. - Centro de Apoio ao Sem-abrigo, num concerto inédito, a decorrer no dia 10 de Novembro, às 21h30, no Cinema São Jorge, em Lisboa. Além do concerto, estará patente no foyer do cinema uma instalação do artista Bruno Gaspar, “Olhares Sem Abrigo”.

Os bilhetes com o preço único de 15€, encontram-se à venda no Cinema S. Jorge e na TicketLine e revertem na sua totalidade a favor da instituição.

O directório

Não gosto da figura de Salazar, nem do séquito político que o apoiou, nem dos industriais e banqueiros que comeram na manjedoura da ditadura. Mas gosto de Adriano Moreira, Ministro do Ultramar durante o Estado Novo, independente. Aprecio a lucidez do seu pensamento acerca da ciência política e das relações internacionais, mas interessa-me particularmente a memória que guarda da "história das nações". Em Julho deste ano pude ouvir a entrevista que deu a Maria Flor Pedroso na Antena 1, de onde destaco a seguinte reflexão:

(...) Há coisas que é melhor não dizer porque sempre lembram. Há um problema com a Europa. A Europa foi muitas vezes desafiada pela ideia do directório. (…) Cada vez que houve directório, rompeu a paz na Europa, e portanto nós temos de estar muito atentos à tentação do directório. Porque, voltaria a lembrar-lhe: por duas vezes nós tivemos duas guerras praticamente na mesma geração, a que chamámos mundiais. Elas só foram mundiais pelos efeitos, porque foram os demónios interiores europeus que fizeram a guerra. Quando os americanos vieram ajudar a Europa, não vieram contra ninguém que tivesse invadido a Europa. Eles vieram contra os demónios interiores europeus. E os demónios interiores europeus apresentam-se sempre que a ideia de directório ressurge. (...)


Nestes dias da crise grega o directório franco-alemão parece ter-se consolidado. Após uma tentativa falhada por parte da Comissão Europeia em arranjar um espaço de actuação mais representativo das nações, é objectivamente o directório que “regula” a Europa. Prenúncio de tempos que queríamos esquecidos.

O legado de Péricles

Para muitos o pai da "democracia participativa", por oposição à "democracia limitada" de Clístenes. No discurso transcrito por Tucídides, em homenagem aos soldados mortos na Primeira Guerra do Peloponeso, Péricles terá dito em 430 a.C.:

A nossa constituição não copia as leis dos estados vizinhos. Bem pelo contrário, somos mais um modelo para os outros do que imitadores de costumes alheios. A nossa administração favorece a maioria do povo, e não uma restrita minoria. É por isso que lhe chamamos democracia. Quando temos que recorrer às leis, verificamos que elas conferem a todos o mesmo nível de justiça. [...] A progressão na vida pública depende do mérito e das capacidades de cada um, sem olhar à sua origem social. Do mesmo modo, se um homem possui aptidões para servir o Estado, não é a sua eventual pobreza que o impede de o fazer. [...] A liberdade nas nossas relações privadas não faz de nós cidadãos sem leis. Contra este receio, a respectiva salvaguarda encontra-se na nossa educação, que nos leva a obedecer aos magistrados e ao cumprimento das leis [...].

Os nossos homens públicos, além da actividade política, têm que atender aos seus negócios particulares, enquanto os nossos cidadãos comuns, embora ocupados com os seus ofícios, não deixam de ser atentos juízes dos assuntos públicos. [...] Nós, Atenienses, somos capazes de ajuizar todos os acontecimentos públicos, e, em vez de considerarmos a discussão dos mesmos como um obstáculo para a acção, pensamos que ela constitui um passo prévio indispensável a qualquer acção prudente.
Tucídides, História da Guerra do Peloponeso, Lisboa, Edições Sílabo, 2008 (adaptado).


Trata-se de um texto com quase 2500 anos, que apesar de um pouco datado, pode ajudar a perceber o presente. É que, quer se goste ou não, foram os gregos que inventaram esta coisa da democracia.

ultimatum ao referendum

A jogada grega, xeque-mate

O governo grego propõe-se referendar o perdão parcial da dívida proposto pela Europa. Melhor, "oferecido" pela Europa, como de uma dádiva se tratasse, pese embora à custa de mais austeridade daquele povo.


Claro que os gregos perceberam que esse perdão constituirá o fim da soberania por muitos anos. Os mercados ficarão fechados para a Grécia durante décadas; pelo menos enquanto houver memória das perdas. A Grécia ficará refém do directório franco-germânico para sobreviver, ainda que na miséria.


O anúncio do referendo é o prenúncio da bomba atómica. Todos na Europa tentarão evitá-lo. Se for concretizado poderá significar a liquidação do euro e o fim da União Europeia como a conhecemos. Será a derradeira vingança da Grécia, servida gelada, a um ritmo deliberadamente pausado – ao retardador. O contrário será os gregos anunciarem Atenas como uma espécie de cidade aberta às imposições alemãs, tentando preservar alguns despojos da crise, e repetindo paradoxalmente a atitude da Wehrmacht em 1944 aquando da contra ofensiva aliada.


Mas os gregos são um povo velho e orgulhoso; Atenas é a Razão, um dos três pilares da nossa civilização juntamente com a Igreja Católica, em nome de Jesus Cristo, e de Roma com o Direito. Se o referendo se realizar há uma enorme probabilidade dos gregos não aceitarem o perdão, o que significará a banca rota do pais e muito provavelmente uma miséria extrema durante anos. Representará porém um esforço de defesa, uma disposição para a luta e a renúncia à capitulação.


Será o resultado do exercício da democracia ateniense que não interessa a nenhum de nós, que a renegaremos em nome da estabilidade da Europa. Será simultaneamente um acto de chantagem/jogada política muito arriscada, com consequências imprevisíveis.

Mapa da invasão da Grécia (Abril, 1941)