O início da espiral


O corte efectuado na passada sexta-feira pela Standard & Poor’s no rating de nove dos 17 paises do euro, teve repercussões imediatas no mercado da dívida, atirando o prémio de risco da dívida portuguesa relativamente à alemã para o máximo histórico. Trocando por miúdos: o seguro que os investidores exigem para comprar dívida portuguesa e cada vez maior.

Wolfgang Munchau, cronista do Financial Times interpreta a "crise do euro" desta forma: (...) A zona euro caiu numa espiral de desclassificações, quebra de produção económica, aumento da dívida e mais desclassificações. A recessão está no início. A Grécia está agora incapaz de cumprir a maior parte dos seus compromissos e pode ter de deixar a zona euro. Quando isso acontecer, as atenções vão voltar-se imediatamente para Portugal e vai começar o próximo ciclo de desclassificações. (...)
(...) Nem mesmo as reformas económicas, apesar de necessárias por outras razões, conseguem resolver este problema. Esta é outra das ilusões europeias. Chegámos a um ponto em que uma resolução eficaz da crise exigiria uma forte autoridade económica central, com o poder de cobrar impostos e alocar receitas em toda a zona euro. Mas não é isso que vai acontecer, claro.
Esta é a principal implicação das descidas de notação da semana passada. Estamos para além do ponto onde uma solução técnica funcionaria. As ferramentas estão esgotadas.

Wolfgang Münchau in Financial Times (Fonte: http://www.presseurop.eu/pt/)


A "solução" baseada em fundos de resgate associados a mecanismos de austeridade, acabou. Aguarda-se uma nova receita; um novo paradigma. E Portugal vai estar na linha da frente.

Fonte: New York Times, 13-01-2012



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