(...) A Grécia vive num profundo e prolongado sufoco, com níveis de pobreza e de desemprego intoleráveis. É pois um povo disposto a tudo e que precisa de rasgar para fora porque já está saturado de rasgar por dentro. E porque a austeridade, sendo inevitável, falhou as expectativas que criou de que depois de anos de tempestade alguma bonança viria. Não veio. Depois de austeridade veio austeridade. Não veio crescimento nem recuperação.
A vitória do Syriza inspira a esquerda europeia e força uma negociação com a ortodoxia austeritária europeia, que mesmo depois do fracasso da sua resposta não tem outra para dar. A pressão externa para domar o futuro governo grego será brutal. Mas não deixa de ser assustador que a União Europeia, cinco anos de austeridade depois, se tenha tornado o inimigo da Grécia e o elemento agregador de quem, vontando Syriza, vota contra esta Europa.
(Pedro Santos Guerreiro in Expresso)
A vitória do Syriza inspira a esquerda europeia e força uma negociação com a ortodoxia austeritária europeia, que mesmo depois do fracasso da sua resposta não tem outra para dar. A pressão externa para domar o futuro governo grego será brutal. Mas não deixa de ser assustador que a União Europeia, cinco anos de austeridade depois, se tenha tornado o inimigo da Grécia e o elemento agregador de quem, vontando Syriza, vota contra esta Europa.
(Pedro Santos Guerreiro in Expresso)
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